segunda-feira, 10 de agosto de 2009

COMENTÁRIO A 1 JOÃO


Agostinho de Hipona



O que nos foi prometido: seremos semelhantes a Ele porque O veremos como É. Voltemos então para sua unção, para aquela unção que ensina no íntimo o que não conseguimos falar. E já que não podeis vê-Lo agora, prenda-vos o desejo. A vida inteira do bom cristão é desejo santo. Aquilo que desejas ainda não o vê, mas, desejando-vos adquiris a capacidade para que, quando acontecer, fiques repleto e possas ver. Desejamos então irmãos, porque iremos ser repletos. Vede Paulo como alarga o coração, para poder conter o que vem depois. Sentia-se incapaz de captar: o que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e nem subiu ao coração do homem. É esta a nossa vida, pelo desejo corre atrás. O santo desejo faz-nos correr atrás, na medida que cortamos nosso desejo do amor do mundo.

Imaginas que Deus quer te encher de mel, se estás cheio de vinagre onde por o mel? Digamos mel, digamos ouro, digamos vinho. Tudo quanto dissermos, sobre o que não se pode dizer, tudo quanto queremos dizer, chama-se Deus. Esta única sílaba é toda nossa expectativa. Tudo que dissermos, não estará á altura; alarguemos para Ele, quando vier encher-nos-á; seremos semelhantes a Ele por que O veremos como É.

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